O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), desenhou há pouco um cenário crítico na saúde pública por conta da pandemia da Civid-19. Ele fez um apelo para que a população fique em casa para ampliar o isolamento social, que neste momento é de apenas 36%, mesmo com o lockdown parcial em vigor desde o final da semana passada. O índice deveria ficar acima de 50% para criar algum impacto na redução da transmissão do vírus.
“Vai chegar um momento que não vai dar para ampliar o atendimento na saúde”, afirmou o governador numa entrevista ao Balanço Geral da TV Record. Ele também disse que se essas novas medidas restritivas adotadas desde ontem à noite com o toque de recolher não surtir efeito, vai decretar lockdown total.
“A população tem que entender que a situação é grave e tem que ficar em casa”. Ibaneis também observou que não entende como os ônibus estão lotados se parte do comércio está fechado. “A radiografia é a pior possível com uma fila de espera de pacientes nos hospitais”, disse Ibaneis. Ele informou que no final da manhã, a ocupação dos leitos hospitalares nas UTIs era de 97%.
Além disso, servidores dos hospitais têm relatado que falta material e insumos e que pacientes estão sendo atendidos na recepção das unidades de saúde como nas UPAs e no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN). Muitos pacientes estão em macas, em cadeiras ou colocados no chão em camas improvisadas, de acordo com as denúncias. Nas UPAs estaria “faltando de tudo” num “desespero total”. E pacientes sem Covid-19 acabam pegando o vírus porque ficam misturados com os doentes com o vírus.
O governador decretou estado de calamidade pública na saúde. o decreto foi publicado hoje no Diário Oficial do DF e tem por finalidade agilizar as contratações de serviços e materiais para as unidades de saúde. Na entrevista à emissora, Ibaneis Rocha disse que o governo estuda ampliar o programa Prato Cheio para a rede de proteção alimentar na pandemia.
Observou, no entanto, que ainda não decidiu se sanciona ou não o auxílio emergencial do Distrito Federal de R$ 408,00. O valor foi aprovado pela Câmara Legislativa do DF, mas segundo o governador disse que ainda não foi feito um estudo sobre o impacto desse valor nas contas públicas. “Temos que ter muito cuidado com o nosso caixa”, comentou.