O deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF), tenente-coronel da reserva da Polícia Militar deu um tiro político no próprio pé ao ser flagrado estimulando uma greve mequetrefe da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros lá pelo mês de agosto, quando a capital do país começará a receber as delegações que disputarão os jogos de futebol masculino e feminino das Olimpíadas.
Ele se reuniu com “lideranças” policiais e lançou a campanha “fiquem em casa, fiquem doentes” se o Governo de Brasília não lhes der aumento salarial, já que a Constituição proíbe greve no mundo militar. Só que o parlamentar sacou na hora errada as suas palavras pesadas e a repercussão foi péssima.
Em um país onde ocorrem mais mortes por homicídio do que em guerras com componentes religiosos, em um cenário de desemprego volumoso e alta inflação e numa unidade da federação que já não escapa da violência urbana, o político que reúne lideranças para estimular a rebeldia e acha que não está sendo gravado ou é muito bobo ou menospreza a área de inteligência dos seus ex-colegas de farda.
Fraga, como é conhecido, não acrescentou três votos ao seu patrimônio político, mas pode ter perdido milhares de simpatizantes e perder de vista as suas pretensões de vir a ser o próximo governador.
Logo ele que lançara tão bem o slogan “respeite o povo governador”, ainda no governo Agnelo Queiroz (PT) e continuava em alta no governo Rodrigo Rolemberg (PSB), desrespeitou o brasiliense e deu munição para os seus adversários e ainda desarmou a atual administração estadual que, sob pena de desmoralização, não poderá, de imediato, reivindicar qualquer pedido junto à União para aumentar os militares da PM e do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal.
Constitucionalmente é o Governo Federal quem banca os gastos com a segurança pública na capital do país. E para piorar, o deputado Alberto Fraga foi à tribuna da Câmara, nesta terça-feira, desafiar o fraco governador Rollemberg a encará-lo politicamente.
Como assim?