Não foi o primeiro e nem vai ser o último. Parece que os auxiliares do presidente Michel Temer tem uma pré-disposição de falar demais, ou como se diz na gíria política, morrer pela boa. A lista é grande. E recebeu mais um nome, o do secretário da Juventude, Bruno Júlio (PMDB). Em tempo: o secretário pediu demissão.
A frase do secretário da Juventude: “Eu sou meio coxinha sobre isso. Sou filho de polícia, né? Tinha era que matar mais. Tinha que fazer uma chacina por semana.”
Bruno Júlio é filho do ex-deputado federal Cabo Júlio (PMDB), hoje deputado estadual em Minas. É também presidente licenciado da juventude do PMDB. Bruno talvez tenha se espelhado demais nos discursos do pai.
O pai é do time de Jair Bolsonaro. Repercute suas próprias ideias como disco travado.
Mas uma coisa é ser parlamentar que retroalimenta seus votos em seus redutos definidos. Outra, é ser um representante de um órgão que busca fortalecer a juventude com novos pensamentos, com liberdade e com discernimento. Com políticas inclusivas e propositivas. A utopia de igualdade e condições…
A frase vai lhe dar o olho da rua se Temer realmente levar a sério a sua administração. Se bem que o próprio chefe deslizou na verborragia sobre o mesmo assunto. Definiu o massacre de 56 presos em presídio do Amazonas – o maior desde Carandiru – como um “acidente”.
Como nenhum dos ministros pode demitir o chefe, cabe ao chefe fazer o papel de Donald Trump ou de Roberto Justus, como no reality show. “Tá demitido”. Simples. Um problema a menos e que o fato sirva de exemplo. Assim, muita gente vai cuidar mais de trabalhar do que falar o que pensa.
A essa altura do campeonato, criar antipatia com a opinião pública é a pior coisa que pode acontecer com um governo muito mal avaliado.
Com índices abaixo de dois dígitos, estaria sujeito a ser enxotado do Palácio do Planalto. Foi mais uma vez o próprio Michel Temer que comentou sobre esse incômodo. Foi no auge da impopularidade da então presidente Dilma Rousseff, – que fez o favor de ficar quieta no Rio de Janeiro.