O dia dos extremos

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No futuro, historiadores e demais analistas terão dificuldades para entender o ocorrido em Brasília no fatídico 24 de maio de 2017. Trata-se obviamente de um clichê, mas um clichê que se encaixa perfeitamente na realidade. Afinal, o que ocorreu?

Olhemos primeiramente para os manifestantes. De um protesto inicialmente bem organizado e articulado, a manifestação logo saiu de controle. Black blocks infiltrados atearam fogo na gasolina e, rapidamente, muitos estavam em meio a uma pancadaria desmedida. As imagens de ministérios severamente danificados resumem a opera.

Do lado das forças de segurança o que se viu foi uma comédia de erros. Faltou ação da inteligência dos comandantes para identificar os baderneiros presentes ao evento. O despreparo dos policiais por pouco não gerou uma tragédia de proporções épicas. Está mais do que na hora de se repensar a atuação da segurança pública.

Com relação ao governo Temer, a falta de autoridade (fruto da grave crise política) contribuiu para o ocorrido. A decisão final de se convocar o exército para proteger Brasilia ainda gerará muita controvérsia e nem mesmo a aprovação de sete medidas provisórias pela Câmara alivia o quadro.

Por sinal, a oposição cometeu um erro tático ao abandonar o plenário e deixar o terreno livre para a aprovação das medidas provisórias. Quisesse marcar posição de fato, os deputados contrários a Temer deveriam ter permanecido e debatido. Muito barulho por nada.

O saldo final apresenta vencedores e perdedores? A resposta é simples e direta – não. O que fica claro é a ausência de um projeto nacional. O atual governo se esfacela, enquanto a oposição parece perdida em questões menores.

Vivemos o “dia dos extremos”. Que ao menos ele ensine algo a todos nós.

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