Lâmpadas de radiação ultravioleta eliminam o novo coronavírus

radiação ultravioleta (UV)
Radiação ultravioleta (UV) é invisível para o olho humano/Arquivo/Britannica Escola
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A radiação ultravioleta (UV) é importante para a desinfecção de espaços e objetos do novo coronavírus. Com lâmpadas de UV, do tipo C, é possível eliminar bactérias e vírus, incluindo o SARS-CoV-2, e assim deixar ambientes como hospitais, escolas, aeroportos, cinemas ou centros comerciais livres de vírus.

Este método é utilizado há décadas, mas a pandemia de Covid-19 deu um novo impulso ao desenvolvimento de equipamentos com lâmpadas de UV para atuar em ambientes fechados. E, noutra vertente, investigadores italianos, num estudo ainda sem validação científica pelos pares, concluem que a radiação solar de qualquer tipo interfere no número de infeções: quanto menos raios ultravioletas numa determinada região do globo, mais infeções ocorrem, de acordo com reportagem do Diário de Notícias, de Portugal.

Os raios UV são emitidos pelo Sol e por outras fontes e estão divididos em três tipos: A, B e C. O tipo A é o mais abundante na Terra, responsável pelo bronzeado, apesar de poder causar problemas na pele. O B é retido, em maioria, na camada de ozônio, sendo já capaz de causar queimaduras na pele. O responsável por eliminar o vírus é o terceiro, o C.

Os raios deste tipo UVC podem danificar o material genético de vírus e outros micro-organismos, que perdem a capacidade de se reproduzir e infetar. A técnica, com recurso a lâmpadas de descarga de mercúrio, já era conhecida e utilizada para desinfeção de superfícies e líquidos desde meados do século XX. Contudo, estes raios UVC são perigosos para os humanos.

Com pandemia e a necessidade a garantir espaços livres de vírus, esta aplicação ganhou uma nova dimensão. No mercado estão vários equipamentos de lâmpadas UV germicidas, com eficácia sobre a covid-19.

No Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (Inesc TEC), no Porto, em Portugal, está quase pronto um protótipo de um robô autônomo, equipado com sensores e lâmpadas ultravioleta que fazem a desinfecção de espaços como unidades hospitalares.

Esta eficácia da radiação UVC na “limpeza” do SARS-CoV-2 foi agora validada num estudo de investigadores italianos – dedicado especificamente à relação entre raios UV e a covid-19 – mas vai mais longe nas suas conclusões. O trabalho de investigadores da Universidade de Milão, do Instituto Nacional de Astrofísica e do Instituto Nacional do Cancro italianos incluiu testes em laboratório com raios UVC e a sua eficácia na eliminação do vírus foi total. A grande novidade do estudo é que também analisou os outros tipos de UV solares e aponta que existe uma relação entre os raios solares – mesmo os de tipo A e B – e a difusão da doença.

“Foram reunidos dados sobre a quantidade de luz solar em 260 países, de 15 de janeiro até final de maio. A correspondência com o curso da epidemia de SARS-CoV-2 foi quase perfeita: quanto menor a quantidade de UVA e UVB, maior o número de infeções. Isto pode explicar por que a Itália, agora que é verão, tem poucos casos, enquanto alguns países do outro hemisfério – como os da América do Sul, onde é inverno – estão a enfrentar o pico. Um caso independente é representado por Bangladesh, Índia e Paquistão, onde, apesar do clima quente, as nuvens das monções bloqueiam os raios do sol e, portanto, a epidemia está a expandir-se”, disse Mario Clerici, investigador principal do estudo e professor de imunologia da Universidade de Milão, ao jornal italiano Coriere dela Sera.

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