A situação é provavelmente mais dramática no norte da Itália, que atravessa sua pior seca em 70 anos
Consumo de água excessivo para chuva escassa, as fontes de água potável secam. Cada vez mais habitantes da Europa sentem as consequências das ondas de calor mais extrema, secas prolongadas e consumo excessivo de água, sobretudo no Sul, tudo isso agravado pelas mudanças climáticas causadas pela humanidade.
A região sul do continente atravessa atualmente fortes ondas de calor e meses de seca. De modo a garantir o abastecimento de água para a população, os governantes pedem que se limite o consumo ao estritamente necessário. Em alguns lugares, contudo, isso não basta.
“Uma coisa são as secas; outra é quanta água nós tiramos do sistema”, afirma Nihat Zal, especialista da Agência Ambiental Europeia (EEA). O consumo privado de água é responsável por 9% do total da Europa. A maior parte, 60%, vai para a agricultura.
A situação é provavelmente mais dramática no norte da Itália, que atravessa sua pior seca em 70 anos. Várias regiões foram colocadas em estado de alerta. Mais de 100 cidades tiveram de ordenar a restrição do consumo de água.
Os portugueses começaram a se preparar já durante o inverno (de dezembro a março) para um ano extremamente seco. No início de 2022, a falta de chuvas e o baixo nível das represas levaram o governo a restringir o uso das usinas hidrelétricas a duas horas por semana. A intenção era garantir abastecimento de água para os 10 milhões de habitantes do país por pelo menos dois anos.
Com dois terços de sua área total sob risco de desertificação, a Espanha também atravessa uma forte seca. Solos antes férteis cada vez mais se transformam em areais, especialmente após o segundo inverno mais seco desde 1961, de acordo com a agência meteorológica espanhola.