Aline Álvares reuniu farto material sobre o diplomata que percorreu o Brasil no século 19
Neste sábado (15), a Embaixada do Brasil em Moscou e o Museu-Parque Tsaritsyno inauguraram a exposição “Expedição Langsdorff: Diante de seus olhos”, da artista contemporânea mineira Aline Xavier Mineiro Álvares. Grigori Langsdorff foi diplomata russo. Veja mais sobre logo abaixo.
Durante três meses de residência artística em Moscou e São Petersburgo, Aline se debruçou sobre os arquivos e artefatos coletados pelo explorador e diplomata russo Grigori Langsdorff durante suas expedições pelo Brasil, realizadas entre 1822 e 1829.
A artista analisou os mapas, desenhos, gravuras, herbário e animais empalhados coletados por Lansdorff para criar uma exposição interdisciplinar, com vídeos, fotos, música, xilogravuras e esculturas, aliando a arte contemporânea com a pesquisa científica.
A cerimônia de inauguração da exposição foi realizada no Palácio Tsaritsyno, construído em 1775 para ser a residência de verão da imperatriz russa Catarina II. Atualmente, o palácio está localizado em uma parque de grande extensão na região sul da capital russa e abriga diversos eventos da agenda cultural moscovita.
“Durante a preparação do projeto fiquei surpresa de saber que os arquivos estavam todos em São Petersburgo, e eu queria muito vê-los com os meus próprios olhos”, disse Aline Álvares à Sputnik Brasil. “Como artista contemporânea, decidi responder criativamente a esses arquivos, usando os instrumentos que me são mais familiares, como as ferramentas digitais.”
Quem foi Grigori Ivanocitch, barão de Langsdorff
Naturalista e diplomata germânico nascido em Wöllstein, Prússia, mais conhecido por seu nome em russo, Grigori Ivanovitch, barão de Langsdorff, que ficou famoso por sua heróica expedição pelo interior do Brasil, indo de São Paulo ao Pará, via Cuiabá, em toscas canoas pelos rios, no século XIX. Formado em medicina, trabalhou algum tempo em Lisboa e esteve no estado de Santa Catarina (1803-1804).
Membro da Academia de Ciências de São Petersburgo, foi nomeado cônsul-geral da Rússia no Rio de Janeiro (1813). Obteve a aprovação do czar Alexandre I para seu projeto de expedição pelo sertão do Brasil (1821) e partiu de Porto Feliz, no rio Tietê, (1826), chegando a Belém mais de dois anos depois (1828).
Acompanhado dos pintores franceses Adrien Taunay e Hercule Florence, o promeiro morreu afogado no rio Guaporé (1828) e Florence, que ficou para sempre no Brasil, narrou a aventura em Viagem fluvial do Tietê ao Amazonas (1875), no qual relatou que o barão enlouqueceu quando percorriam o rio Juruena (1828). De volta à Europa, aposentou-se e morreu em Freiburg im Breisgau, Alemanha.