Presidente brasileiro lembrou que o mundo convive “com um contingente de 733 milhões de pessoas ainda subnutridas”
Por Misto Brasil – DF
Iniciada nesta segunda-feira (18), a Cúpula do G20 no Rio de Janeiro marca a primeira presidência do Brasil no bloco. Entre os temas em debate estão a reforma das instituições de governança global e o combate à fome e às mudanças climáticas.
O presidente Lula da Silva abriu hoje os trabalhos do G20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo que este ano recebe seu 21º integrante na figura da União Africana (UA).
Lula da Silva abriu a reunião agradecendo a todos pela presença e anunciando que seu foco principal está no combate à fome e à pobreza, ressaltando que o Rio de Janeiro, por si só, é como uma grande metáfora do desafio que está posto no panorama mundial, uma representação das “injustiças sociais profundas, o retrato vivo de desigualdades históricas e persistentes” diante de um dos cenários mais bonitos do mundo.
Ao citar dados atualizados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em 2024, o presidente lembrou aos presentes que o mundo convive “com um contingente de 733 milhões de pessoas ainda subnutridas. É como se as populações do Brasil, México, Alemanha, Reino Unido, África do Sul e Canadá, somadas, estivessem passando fome”.
O presidente Lula da Silva destacou que “a fome e a pobreza não são resultado da escassez ou de fenômenos naturais.
A fome, como dizia o cientista e geógrafo brasileiro Josué de Castro, ‘é a expressão biológica dos males sociais‘. É produto de decisões políticas que perpetuam a exclusão de grande parte da humanidade”, ilustrando que seu legado a frente da presidência do G20 será a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.
“Compete aos que estão aqui em volta desta mesa a inadiável tarefa de acabar com essa chaga que envergonha a humanidade”, pontuou ele.
Na visão do presidente brasileiro, os integrantes da cúpula têm todo o poder político e financeiro para estabelecer linhas de ação para tornar possível um mundo multilateral em que a fome seja plenamente combatida em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 1 e 2 da Agenda 2030.
De acordo com o presidente, a iniciativa já conta com a adesão de 81 países, 26 organizações internacionais, nove instituições financeiras e 31 fundações filantrópicas e organizações não governamentais, muitos dos quais, se não estiveram envolvidos na conceito da Aliança Global, já anunciaram contribuições financeiras para esta causa que é um ponto de consenso nos organismos multilaterais.