Bolsonaro e seus pecados com o plano golpista

Alexandre Ramagem e Jair Bolsonaro Misto Brasil
Jair Bolsonaro e o atual deputado Alexandre Ramagem/Arquivo/Divulgação
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A investigação policial apontou que o ex-presidente estaria envolvido na elaboração de um decreto para anular o resultado das eleições

Por Misto Brasil – DF

O ex-presidente Jair Bolsonaro é suspeito de estar no centro da articulação de um plano golpista para impedir a posse do presidente Lula da Silva, de acordo com investigação da Polícia Federal concluída na quinta-feira (21/11).

Entusiasta do golpe militar de 1964, Bolsonaro disseminou mentiras sobre o processo eleitoral.

Também desacreditou o resultado das urnas, atacou sistematicamente instituições como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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E estimulou a população a participar de atos golpistas que culminaram nos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

Agora, a investigação policial apontou que o ex-presidente estaria envolvido na elaboração de um decreto para anular o resultado das eleições e até em uma trama para matar o presidente Lula da Silva e abrir os caminhos para um golpe de Estado.

A PF afirmou em seu relatório que Bolsonaro, além de outros 36 indiciados, cometeram os crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, o que eles negam.

A conclusão dos trabalhos da PF vem uma semana depois do atentado de um homem com explosivos na Praça dos Três Poderes e dois dias após a corporação cumprir mandados de prisão contra quatro militares e um policial federal que teriam montado um plano para matar Lula, seu vice, Geraldo Alckmin, e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

É o terceiro – e mais grave – indiciamento de Bolsonaro. Ele é objeto de duas outras frentes de investigação: por joias recebidas do governo da Arábia Saudita e pela falsificação de certificados de vacinas contra a Covid-19.

Entre os indiciados estão ainda o general da reserva Walter Braga Netto, que foi ministro da Casa Civil e da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro, o general da reserva Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin), e Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, partido de Bolsonaro.

Declarado inelegível pelo TSE até 2030 por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral, Bolsonaro pode ser condenado a até 28 anos de prisão e ficar mais 30 anos inelegível caso seja condenado pelos crimes indicados nesta semana pela PF.

O indiciamento não significa condenação, mas reflete a conclusão da PF de que há provas suficientes para conectar Bolsonaro à articulação golpista.

Até o momento, o ex-presidente não é réu nesses casos. Cabe à Procuradoria Geral da República (PGR) avaliar se haverá uma denúncia criminal. Na sequência, o STF decide se aceita ou não a denúncia, o que o tornaria réu. (Texto da DW)

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