Prefeitos reeleitos e eleitos reforçaram algumas promessas de campanha durante as solenidades nesta quarta-feira
Por Guilherme Jerônimo, Paula Laboissière, Ana Cristina Campos – SP, DF e RJ
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, tomou posse do seu segundo mandato na tarde desta quarta-feira (1º), em evento na Câmara Municipal.
Depois, Nunes foi para a cerimônia comemorativa no Theatro Municipal, quando deu posse ao secretariado. Os discursos, no Municipal, foram marcados pela ênfase numa gestão voltada para qualidade do atendimento aos cidadãos.
Em sua fala, Nunes ressaltou os programas prioritários na primeira gestão e evitou tocar em temas sensíveis como o aumento da tensão em setores do funcionalismo, as denúncias de participação de membros da Guarda Civil Metropolitana em milícias no centro da cidade, a corrupção em empresas de ônibus e a terceirização de serviços, como o funerário, além da questão da distribuição de energia elétrica, bastante criticados nos últimos dois anos.
Nunes se reelegeu no segundo turno das eleições em São Paulo com 59,35% dos votos válidos, tendo sido a escolha de 3.393.110 eleitores, pouco mais de um milhão de votos a mais do que o segundo colocado, o deputado estadual Guilherme Boulos (Psol).
Ricardo Nunes assumiu a prefeitura da cidade de São Paulo, em 2021, após a morte de Bruno Cova (PSDB), vítima de câncer. O candidato do MDB, antes de ser prefeito, foi vereador entre 2013 e 2020.
O prefeito de Teresina, Silvio Mendes, foi empossado nesta quarta-feira (1º). Aos 75 anos, ele assume pela terceira vez o cargo – foi eleito prefeito da capital piauiense pela primeira vez em 2004 e reeleito em 2008.
Médico especializado em ortopedia, Mendes comandou a Secretaria Municipal de Saúde na década de 1990 e ficou à frente do órgão por 12 anos. Foi ainda presidente da Associação Piauiense de Medicina.
“Essa é uma missão das maiores para todos nós que aceitamos o desafio de fazer gestão pública. Não é fácil. Os desafios são grandes. Mas tenham certeza: a coragem é maior. Pedimos a Deus, sempre a ele, que nos dê sabedoria”, disse em seu discurso.
O prefeito eleito de Porto Alegre, Sebastião Melo, acompanhado da vice Betina Worm, foi empossado nesta quarta-feira (1º). Durante a cerimônia, na Câmara Municipal da capital gaúcha, autoridades religiosas celebraram um ato ecumênico e lembraram as enchentes que atingiram o estado em maio de 2024.
“Este momento merece uma benção pois vereadores e prefeitos, todos juntos, vão ter que representar o povo inteiro de Porto Alegre. Que em tudo que fizerem, tenham sucesso e beneficiem a cidade de Porto Alegre”, disse o rabino Mendel Liberow.
“Que Oxum tenha misericórdia de todos. Que ela, sendo mãe da água, dona da água, acalente o coração em relação a tudo o que aconteceu em maio. Que todos os vereadores venham com força, com luz e que Oxalá possa abençoar a todos vocês”, destacou o babalorixá Pai Chiquinho de Oxalá.
“Na abertura deste novo ano, de 2025, ano jubilar, somos convidados pelo papa Francisco a sermos peregrinos de esperança. Nossa cidade de Porto Alegre, depois da tragédia climática de 2024, mais do que nunca, vive essa esperança na força e na fé de seu povo”, declarou o padre Alexandre Silveira Chaves.
Por recomendação médica, o prefeito reeleito de Belo Horizonte, Fuad Noman, participou da cerimônia de posse, nesta quarta-feira (1º), de forma virtual. O político, de 77 anos, faz tratamento contra um linfoma de não Hodgkin, diagnosticado em junho de 2024.
“Em decorrência do tratamento medicamentoso, o paciente apresenta quadro de imunossupressão e está impossibilitado de comparecer a eventos com grande público por risco de contrair infecções”, informou o último boletim médico de Noman.
O linfoma não Hodgkin (LNH) é um tipo de câncer que se origina no sistema linfático, um conjunto de tecidos e órgãos que produzem células de defesa.
Durante a cerimônia na Câmara Municipal, o vice-prefeito Álvaro Damião leu o discurso de posse enviado por Fuad Noman.
“Estou aqui também para agradecer – em primeiro lugar, a Deus, que está sempre ao meu lado, principalmente quando eu mais preciso. Quero agradecer ao corpo médico e aos funcionários do Hospital Mater Dei que me curaram de um câncer. E agora me recupero para que possa estar pronto para essa nova batalha do segundo mandato”, finalizou.
O prefeito reeleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, assumiu o quarto mandato em cerimônia na Câmara de Vereadores, nesta quarta-feira (1º). Ele propôs a criação de uma Força Municipal de Segurança armada. De acordo com Paes, essa força municipal será complementar às forças policiais. O grupo de trabalho para propor a inovação é um dos 46 decretos publicados hoje (1º) no Diário Oficial do município para direcionar o início do novo mandato que vai até 2028.
“A gente entende que essa força pode fazer um policiamento ostensivo mais firme nas áreas da cidade menos conflagradas em que a ocupação territorial ou o monopólio da força do Estado não esteja em discussão”.
“Eu acho que, quando você tem essa situação extrema em que o monopólio da força do Estado está em discussão, compete às forças de segurança pública, polícia civil e polícia militar fazer esse enfrentamento e retomar os territórios”, disse o prefeito, em entrevista coletiva após a posse.
Ele explicou que o município do Rio vai trabalhar em parceria com a Advocacia-Geral da União e com o Ministério da Justiça para que se possa utilizar egressos das forças armadas brasileiras para compor a força municipal de segurança.
Acrescentou que “apesar dos avanços em nível municipal, sabemos que o Rio ainda convive com uma das mais graves crises de segurança pública de sua história. É preciso que o governo do estado assuma a sua responsabilidade constitucional e atue com firmeza para reduzir os índices de criminalidade, que policie as ruas com mais eficiência e aja para impedir a expansão territorial do tráfico e da milícia”, assegurou o prefeito em seu discurso de posse.
Também será criado um grupo de trabalho para apresentar estudos para o fornecimento de semaglutida, princípio ativo do medicamento Ozempic, na rede municipal de saúde para o combate à obesidade.