Vai permitir a compras conjuntas de equipamentos militares, especialmente em áreas em que a Europa atualmente depende dos EUA
Por Misto Brasil – DF
Após Donald Trump suspender o apoio dos Estados Unidos à Ucrânia na guerra, líderes europeus deram luz verde na quinta-feira (06) a uma proposta da União Europeia (UE) para rearmar o bloco e prepará-lo para assumir uma parcela maior de responsabilidade pela segurança de Kiev.
O plano para turbinar os investimentos da UE em defesa flexibiliza regras de endividamento, sacrificando uma política de austeridade que estava em vigor desde a crise do euro, em 2008.
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Com isso, a UE elevará seus gastos militares a um patamar inédito desde o fim da Guerra Fria: cerca de 650 bilhões de euros (R$ 4 trilhões) na soma dos orçamentos nacionais, mais 150 bilhões de euros (R$ 928 bilhões) em empréstimos oferecidos pela Comissão Europeia, órgão executivo da UE.
Vai permitir a compras conjuntas de equipamentos militares, especialmente em áreas em que a Europa atualmente depende dos EUA.
A proposta foi aprovada pelos líderes de todos os 27 países-membros do bloco, reunidos em Bruxelas. Com isso, ela deve tramitar mais rapidamente pelas instâncias da UE.
O texto inclui um apelo à Comissão para que facilite “gastos significativos de defesa a nível nacional em todos os Estados-membros”.
“A Europa precisa assumir esse desafio, essa corrida armamentista. E precisa vencê-la”, disse o primeiro-ministro polonês Donald Tusk. “A Europa como um todo é verdadeiramente capaz de vencer qualquer confrontação militar, financeira, econômica com a Rússia – simplesmente somos mais fortes.”
A virada na política de defesa do bloco vem após Trump ameaçar diversas vezes largar a Ucrânia e a Europa à própria sorte diante da ameaça russa.
As ameaças representam uma ruptura com um paradigma que vem desde o fim da Segunda Guerra Mundial, com os europeus confiando no poderio militar americano como dissuasão contra potenciais agressores.
Num sinal de unidade, até mesmo os alemães, que acabaram de sair de uma eleição e ainda não constituíram um novo governo, também sinalizaram a revisão das regras de endividamento no Orçamento para investir mais em defesa.