O caso de Daniela Klette recebe grande atenção da mídia, depois da sua prisão somente em 2024 entre brasileiros
Por Misto Brasil – DF
É bem possível que o julgamento da alemã Daniela Klette, que começa nesta terça-feira (25) em Celle, na Baixa Saxônia, seja um dos últimos grandes processos judiciais envolvendo os antigos terroristas do grupo alemão Fração do Exército Vermelho (RAF), também conhecido como Grupo Baader-Meinhof.
O caso recebe grande atenção da mídia, como sempre ocorre quando se trata do grupo terrorista que alarmou a antiga Alemanha Ocidental, sobretudo entre meados da década de 1970 e início de 1980. De acordo com investigadores, ele seria responsável por mais de 30 assassinatos.
Klette é acusada de envolvimento num ataque a bomba a uma prisão de Hessen e no atentado contra a embaixada dos EUA em Bonn nas décadas de 1980 e 1990, entre outros atos.
Tudo isso terá ainda que ser esclarecido mais tarde, num outro processo, já que os crimes cometidos durante os tempos da RAF não são objeto deste julgamento.
Junto com Ernst-Volker Staub e Burkhard Garweg, Klette, hoje com 66 anos, teria atacado carros-fortes e supermercados entre 1999 e 2016, principalmente no norte da Alemanha, razão pela qual o julgamento ocorre na Baixa Saxônia.
Como houve disparos de tiros durante os assaltos, Klette também é acusada de tentativa de homicídio.
Ela foi detida em Berlim em fevereiro de 2024, depois de anos vivendo tranquilamente sob identidade falsa no bairro berlinense de Kreuzberg, onde participava da comunidade brasileira e frequentava rodas de capoeira, segundo a imprensa alemã. Staub e Garweg – assim como ela, membros da “terceira geração” da RAF – continuam foragidos.