Obra da fotógrafaKéssyz Souza foi possível com a participação da editora independente Oribê
Por Misto Brasília – DF
A fotógrafa Késsya Souza registrou o cotidiano de quatro mulheres negras, mães e filhas, moradoras da periferia do Distrito Federal. O resultado do trabalho está no fotolivro “A Urdidura da Presença”.
O livro, que está à venda até o dia 22, é uma produção da editora independente Oribê, de Taguatinga, com atuação também em Salvador.
A palavra “urdidura” pode significar um conjunto de fios no universo do tear, mas também traz como sinônimo ação e enredo, conceitos que se igualam a busca da artista por se conectar com a história do outro, mudar a ótica sobre essas famílias e eternizar momentos de afeto.
“Cada momento de carinho entre pessoas negras é resistência e um motivo a mais para contribuir com a história oral que se construiu por tantas décadas. Além disso, essas pessoas foram responsáveis pela construção desta cidade, e aqui também constituíram vida, família e amores”, conta Késsya.
As protagonistas das fotografias da artista possuem poucos registros visuais. E devido a isso, suas histórias de família foram preservadas na oralidade. As mulheres negras representam 28,7% da população do Distrito Federal. Já a que a população negra compõe 57,3% dos 3.094.325 habitantes.
“O processo de pesquisa e fotografia foi como ver minha história sendo recontada, além de ter sido uma oportunidade de fortalecer essas mulheres em seus contextos socioculturais e legitimar suas narrativas”, explica Kéesya Souza.