É inegável que o governo Bolsonaro conseguiu importante vitória na votação do texto base, em primeiro turno, da proposta de reforma da Previdência. Na reta final, as negociações entre o Planalto e a Câmara, com participação ativa do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foram bem conduzidas e a aprovação da matéria refletiu isso.
Mais que tudo, os 379 votos a favor da PEC têm forte caráter simbólico e renovam o fôlego dos governistas para as próximas etapas da tramitação da matéria.
Dois pontos em especial merecem atenção redobrada dos governistas nesse momento. Em primeiro lugar, a reivindicação dos policiais, que defendem regras mais brandas do que as contidas na proposta original. Igualmente a aposentadoria das mulheres será objeto de intensos debates, com resultado ainda incerto.
Chamou a atenção o posicionamento de parcela significativa da oposição. Nada menos que 19 deputados votaram com o governo, sendo oito do PDT e 11 do PSB. Os pedetistas analisam agora possíveis punições aos dissidentes.
Por fim, a participação do presidente Rodrigo Maia foi fundamental para o êxito da votação. O deputado conduziu as conversas com maestria e, em discurso ao final da sessão plenária, reforçou sua condição de protagonista na cena política atual. Ele aproveitou para elogiar o Centrão, que também foi muito importante em todo o processo. Voos maiores podem estar no horizonte do parlamentar.
Ao Planalto resta agora atenção nas votações restantes. Além disso, o governo precisará cumprir o acordo celebrado e executar as emendas parlamentares prometidas. Do contrário, todo o trabalho poderá ir por água abaixo.