O objetivo dessa dança das cadeiras é claro – realizar um ajuste de rota em determinadas áreasdo governo
Por André César – SP
Crescem os sinais de que o presidente Lula da Silva (PT) pretende realizar uma reforma ministerial no início de 2024. O objetivo dessa dança das cadeiras é claro – realizar um ajuste de rota em determinadas áreas da atual gestão visando melhorar os trabalhos.
Em primeiro lugar está o ministério da Justiça, com a saída de Flavio Dino do comando da pasta para assumir uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF). As especulações em torno do nome do substituto correm soltas.
Fala-se em Ricardo Lewandowski, ex-ministro do STF e muito próximo a Lula. Outra possibilidade é a nomeação de Ricardo Cappelli, atual secretário-executivo do ministério e filiado ao mesmo PSB de Dino – nesse caso, não haveria ruídos no tradicional aliado do PT.
Porém, ganha força o remanejamento da atual ministra do Planejamento, Simone Tebet, para o lugar de Dino. Essa possibilidade conta com o apoio do PT. Mas por que os petistas avalizariam a indicação de uma integrante do MDB para a estratégica pasta? Simples. Setores do partido cobiçam o Planejamento.
Há a avaliação de que, com um representante da legenda no comando do ministério, poderá ser feito um contraponto às políticas consideradas fiscalistas em excesso do ministério da Fazenda, capitaneado pelo correligionário Fernando Haddad. Um pouco de fogo amigo está em campo.
Ainda dentro do PT, uma importante mudança envolve a Casa Civil e a Petrobras. Insatisfeito com o trabalho de Jean Paul Prates à frente da petroleira, Lula cogita afastá-lo e colocar em seu lugar Rui Costa. Quem assumiria a Casa Civil é uma incógnita, por ora.
Outras duas mexidas envolvem a Defesa e os Direitos Humanos. No primeiro caso, o atual titular, José Múcio Monteiro, sinaliza certo cansaço e aparentemente estaria disposto a ceder a vaga. A conferir.
Já na questão dos Direitos Humanos o ponto central é a reacomodação partidária. O ministro Silvio Almeida, especialista na área, realiza um bom trabalho, mas não tem vínculos com partido algum.
Assim, Lula pode retirá-lo para colocar na cadeira um representante de alguma legenda. Isso ocorreu recentemente no ministério do Esporte, com a saída de Ana Moser, também expert no setor, para a entrada de um membro do Centrão. Pragmatismo em estado puro.
Como se vê, a Esplanada deverá ter em breve uma nova configuração. Se a movimentação será positiva, só o tempo dirá.