Bairros inteiros de Katmandu foram inundados após as chuvas mais fortes em mais de duas décadas. A capital ficou isolada
Por Misto Brasil – DF
Neste segunda-feira (30), as autoridades nepalesas analisaram os danos causados a centenas de casas deixadas pelas inundações das monções, que deixaram 209 pessoas mortas no Nepal, entre a Índia e o Tibete.
Embora as inundações e os deslizamentos de terra sejam comuns na parte sul da Ásia, na época das monções, que vai de junho a setembro, os especialistas apontam que esta situação é a piorar devido às alterações climáticas.
Bairros inteiros de Katmandu foram inundados após as chuvas mais fortes em mais de duas décadas e a capital foi temporariamente isolada do resto do Nepal depois de deslizamentos de terra bloquearem estradas.
O Ministério do Interior do Nepal confirmou que 209 pessoas morreram em todo o país e outras 29 ainda estão desaparecidas.
“Intensificamos os resgates aéreos para pessoas que estão doentes ou que ainda precisam ser levadas para um local seguro”, disse o porta-voz do Ministério do Interior, Rishi Ram Tiwari, à agência de notícias AFP.
Pelo menos 35 dos mortos foram enterrados quando um deslizamento de terra surpreendeu veículos numa autoestrada ao sul da capital, acrescentou o porta-voz da polícia, Dan Bahadur Karki.
As autoridades utilizaram escavadeiras para limpar quase duas dúzias de trechos das estradas principais que levam a Katmandu, que estavam bloqueadas por escombros.
O Ministério do Interior destacou que está trabalhando para resgatar inúmeras pessoas que ficaram presas nas estradas. Mais de 400 pessoas foram resgatadas de vários distritos na segunda-feira. Segundo o Exército, mais de 4 mil pessoas foram resgatadas.
As equipes de resgate, usando botas de borracha até os joelhos, usaram pás para limpar a lama dos bairros ribeirinhos mais atingidos ao redor de Katmandu, muitos deles favelas ilegais.
O Vale de Katmandu registou 240 milímetros de chuva em 24 horas, entre sexta-feira e sábado de manhã, indicou a agência meteorológica nepalesa. São as chuvas mais importantes na capital desde pelo menos 1970, acrescentou.
O departamento de hidrologia e meteorologia afirmou que, de acordo com dados preliminares, estações em 14 distritos mediram chuvas recordes nas 24 horas anteriores à manhã de sábado.