Os próximos dias serão decisivos para o futuro imediato do PSDB. Após o racha explícito do partido, evidenciado na votação da ação de Janot contra o presidente Temer, outros aliados defendem sua exclusão da base. A pressão é grande.
O chamado centrão, peça central da base de sustentação, já apresentou a Temer suas reivindicações. Retirar as quatro pastas ocupadas pelo tucanato e remanejar ministros. Carlos Marun, da tropa de choque governista, pode ir para as Cidades, no lugar de Bruno Araújo, do PSDB pernambucano. Outras mudanças são esperadas.
O ponto central, avaliam os aliados que votaram a favor do presidente, é saber se vale a pena ser fiel a Temer ou se tanto faz. A nova disputa, ainda intestina, ganhará espaço nacional a qualquer momento.
O presidente, por sua vez, evita a questão e fala na necessidade de se aglutinar forças para aprovar a reforma da Previdência. O ambiente, porém, indica que Temer não obterá êxito algum enquanto não resolver o imbroglio.
Outro fator é a segunda ação de Janot, a ser apresentada em breve. Sem uma solução para o impasse, os riscos para o Planalto em nova votação serão consideráveis.
O tucanato, por sua vez, não consegue se acertar quanto a uma posição definitiva. O partido está cada dia mais perdido.
Hoje, parecem distantes os dias em que o PSDB era chamado de “fiador da governabilidade” do governo Temer. A situação de agora aponta para três consequências. Em primeiro lugar, o partido perde exposição ao deixar os ministérios. Além disso, uma cisão interna pode ser inevitável, com quadros importantes deixando o partido. Por fim, o projeto eleitoral de 2018 perde consistência.
O PSDB está em uma encruzilhada. Muitos erros cometidos pelo partido vieram à tona. O momento é crucial para uma das mais importantes legendas da política brasileira.