Foram cumpridos oito mandados contra Daniel Donizet. Não é o primeiro caso de rachadinha na CLDF
A Operação Melinoe apura eventuais desvios de recursos na Câmara Legislativa através da folha de pagamento de funcionários contratados no gabinete do deputado distrital Daniel Donizet (PL). Atualizado às 09h56
As investigações começaram quando a suplente de deputada, Kelly Bolsonaro, assumiu a vaga de Donizet, em 2019. Ela teria questionado o titular sobre os funcionários do gabinete que não apareciam para trabalhar.
Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em endereços vinculados aos investigados, no Distrito Federal e em Goiás, bem como na Câmara Legislativa do Distrito Federal. As buscas visam a obtenção de elementos probatórios que irão subsidiar e/ou reforçar as investigações em andamento. Na ação, foram apreendidos também, aproximadamente, R$ 110 mil.
Entre os funcionários, está uma dupla de cantores sertanejos, um deles teria sido exonerado na semana passada, segundo informou a TV Globo. Há pouco, a assessoria do deputado Donizet divulgou uma nota. O deputado afirma que as denúncias “são completamente infundadas”. Veja a logo logo abaixo.
Em nota, a Polícia Civil informou que a operação tem o objetivo de apurar existência de servidores de gabinete parlamentar que, apesar de assinarem as folhas de ponto, não compareciam para prestar serviço, bem como o pagamento de parte das remunerações para a autoridade nomeante, prática vulgarmente conhecida como “rachadinha”.
A Polícia Civil informa também que as diligências “investigativas já realizadas permitiram angariar elementos de prova que confirmaram que
os servidores assinavam as folhas de ponto e não compareciam à Câmara Legislativa do Distrito Federal, mesmo antes do período da pandemia Covid 19. Isso demonstra coerência e compatibilidade das informações prestadas pelos denunciantes.
Outro caso
Não é a primeira vez que um deputado distrital se envolvem em denúncias da rachadinha. O então deputado Cristiano Araújo (PSD) também foi investigado e o caso acabou até no Superior Tribunal de Justiça (STJ.
As investigações apontaram que a “rachadinha” funciona da seguinte maneira: se o funcionário recebeu R$ 20 mil, por exemplo, repassa R$ 10 mil para o parlamentar.
Nota do deputado Donizet
Sobre a operação deflagrada hoje pela Polícia Civil, afirmo, com muita tranquilidade, que as denúncias são completamente infundadas. Ainda não tive acesso ao inquérito policial para entender o que motivou as buscas realizadas.
Já estou em contato com o meu advogado. Assim que tivermos o conteúdo das investigações em mãos, iremos soltar uma nota de esclarecimento.