Numa entrevista depois do acordo com o governador, Arruda diz que a prioridade é a mulher Flávia
Por Misto Brasília – DF
O ex-governador José Roberto Arruda (PL) está com tudo pronto para iniciar a campanha eleitoral após o prazo das convenções. Tem material impresso, equipe de trabalho e um discurso pronto para convencer o eleitor para cabalar votos à Câmara dos Deputados. “Quem dirige um carro olhando para o retrovisor corre o risco de bater no poste”.
Arruda admite que seu desejo era “retomar o meu governo”, de onde foi tirado por um escândalo monumental com dinheiro na meia e oração da propina. A denúncia de corrupção foi há 12 anos e o ex-governador acabou condenado, mas recebeu salvo-conduto do Superior Tribunal de Justiça, que o o habilita a concorrer nas eleições de outubro. Fez um acordo com o governador Ibaneis Rocha (MDB) e desistiu de buscar novamente o Palácio do Buriti.
“Estou voltando de 12 anos de um deserto. É mais racional que eu volte degrau por degrau e não queria subir de elevador. E é o que eu vou fazer”, disse numa entrevista publicada hoje na edição do Correio Braziliense. É a primeira manifestação ampliada antes e depois do acordo político que garante a pré-candidatura da mulher, a deputada Flávia Arruda (PL). ao Senado Federal.
“A Flávia ocupou um espaço importante, inclusive para as mulheres. Ela valorizou a marca que eu tinha construído com a minha história política. Acho que a hora é dela, de disputar a majoritária. A prioridade seria ela. Embora não haja nenhum impedimento legal, de que eu fosse candidato ao governo e ela ao Senado, numa composição política suprapartidária, isso se inviabiliza”.
“O fato de Ibaneis ter retomado as minhas obras que estavam paradas havia 10 anos me dá um sinal muito positivo da sua capacidade de evoluir na gestão pública e isso é um ponto interessante para o entendimento”.
“O governador é um homem inteligente. Ele tem problemas no governo dele, inclusive de rejeições, e está tendo uma oportunidade, na possibilidade de um acordo político mais amplo, de fazer ajustes no seu governo e até na sua postura pessoal”.
“Ele precisa melhorar a saúde urgentemente. Depois de dois anos de pandemia, as filas de cirurgia são desumanas. É preciso, por exemplo, voltar os convênios de saúde com as cidades do Entorno para começar a reduzir a pressão sobre os hospitais de Brasília. É preciso mudanças na área social. Basta parar num sinal de trânsito em Brasília e você vê quantas pessoas estão ali pedindo esmola porque estão famintas”.